“Graças ao amor misericordioso de Deus não há pecado, por maior que seja, que não possa ser perdoado, nem pecador que seja posto de lado. Todas as pessoas que se arrependerem serão recebidas por Jesus Cristo, com perdão e imenso amor” disse João Paulo II em 29-9-79.

O poder de perdoar os pecados foi dado por Jesus aos Apóstolos, através do Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles a quem perdoares os pecados serão perdoados. Os pecados daqueles a quem não perdoardes não serão perdoados.” Jo 20,22 
Disse ainda o Santo Padre numa homilia em 16-3-80 “Confessamos os nossos pecados ao próprio Deus, embora no confessionário sejam escutados pelo homem-sacerdote”.

Constituem partes do sacramento da Reconciliação:

1. Exame de consciência

Condição indispensável para uma confissão bem feita é o exame de consciência, que se traduz num “confronto sincero e sereno com a lei moral interior, com as normas evangélicas propostas pela igreja, com o próprio Jesus Cristo que é para nós Mestre e modelo de vida”, disse João Paulo II em 26-3-81.

2. Contrição

Diz o Catecismo da Igreja Católica (1451) que a contrição é “uma dor de alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro” (Concílio de Trento: Ds1676).

A contrição é, pois, uma recusa do pecado e o firme propósito de não voltar a pecar.

Acto de contrição:

Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o coração, pesa-me de Vos ter ofendido e, com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão dos meus pecados pela Vossa infinita misericórdia. Ámen.

3. Confissão dos pecados

Constitui uma acusação espontânea de todos os pecados ao confessor. É uma atitude de entrega, confiando plenamente na misericórdia de Deus.

A Igreja recomenda a confissão regular mesmo que não haja pecados mortais, porque na confissão Jesus vai-nos curando e moldando o nosso coração, atraindo-nos cada vez mais para Si.

4. O perdão

É o momento em que se experimenta o contacto com o poder e a misericórdia de Deus, através do sacerdote, que nos devolve à vida, deixando para trás as trevas e voltando à luz.

O sacerdote pronuncia a absolvição: “Deus, Pai de misericórdia, que pela morte e ressurreição de Seu Filho reconciliou o mundo consigo, e infundiu o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

O penitente responde: Ámen.

5. A penitência

João Paulo II numa alocução proferida em 22-3-83 disse: “a penitência tem por missão conseguir a remissão das penas temporais que, depois da remissão dos pecados, ficam ainda por expiar na vida presente ou na futura.”

A penitência é a reparação pelos pecados cometidos, imposta pelo confessor.

O Catecismo da Igreja Católica (1460) refere que é “a aceitação paciente da cruz que temos de levar. Tais penitências ajudam-nos a configurarmo-nos com Cristo, que, sozinho, expiou os nossos pecados uma vez por todas. Tais penitências fazem que nos tomemos co-herdeiros de Cristo Ressuscitado, uma vez que também sofremos com Ele (Rm 8,17)”.

Textos de apoio:
“Catecismo da Igreja Católica”
“A Confissão explicada pelo Papa” Paulus Editora, 4ª Ed. Março 2002