LITURGIA

A Missa Carismática

O Bispo Joe Grech escreveu este artigo quando era o assistente, em Melbourne, para o Renovamento Carismático Católico, dando algumas indicações aos sacerdotes que lhe pediam, quando celebravam Missa para grupos de oração carismáticos.

Ele é agora Bispo da Diocese de Sandhurst, Norte de Vitória, Austrália.

1 – Música: A música é uma parte importante da celebração, e cânticos de louvor devem ser cantados antes da Missa, preparando as pessoas para darem graças a Deus, através da liturgia. Deve-se permitir um tempo determinado, para um certo número de canções, de modo a preparar as pessoas. O sacerdote deve estar presente durante este tempo.

2 – Rito Penitencial: Este é um tempo forte, para levar as pessoas a perdoar os outros. Nós quase sempre precisamos de perdoar, mesmo se o outro não fez nada de errado. Cada pessoa pode ser convidada a pedir ao Senhor o nome de uma pessoa a quem deva perdoar, entregando essa pessoa a Jesus: “Toque esta pessoa com o Seu Amor” e depois, “Senhor, perdoa-me pelas vezes que eu reagi mal, porque estava ferido por essa pessoa. ”

3 – Gloria: Este belo hino de louvor pode levar a um longo tempo de louvor e adoração espontânea, cantando em línguas no Espírito. O louvor pode curar, e fazer-nos sair de nós mesmos para nos concentrarmos nEle. É útil permitir que este louvor se prolongue por um bom período de tempo, desde que as pessoas o desejem e o mantenham. Se o celebrante não está habituado a louvar a Deus, desta forma, então deve ser um líder da música ou da adoração que inicie o louvor, aqui e em outros tempos acordados.

4 – Liturgia da Palavra: Um tempo para uma breve reflexão após cada leitura, leva a uma atitude de meditação de que a palavra de Deus tem uma mensagem pessoal para cada um de nós, através das Escrituras.

5 – Homilia: Em grupos carismáticos, as pessoas falam da sua experiência do Espírito de Deus agindo nas suas vidas, e os ouvintes, através da palavra proferida nesta pregação dirigida pelo Espírito, ouvem mensagens pessoais para eles. A homilia, portanto, deve ser pessoal e, é claro, assim torna-se potente.

6 – Orações dos fiéis: Este pode ser um momento de orar por pessoas para cura ou outras necessidades. Convidar pessoas para vir à frente para oração, ou incentivar as pessoas a rezar uns pelos outros, brevemente. Como alternativa, o sacerdote pode fazer uma oração para todo o grupo simultaneamente.

7 – Ofertório: Neste tempo, podemos orar para sermos curados e transformados. Podemos apresentar ao Senhor todas as nossas feridas, medos e ansiedades. “Toma a minha vida, Senhor, destroçada como está. Muda a minha mente e o meu coração para se parecerem mais com o Teu. ”

8 – Prefácio: Aqui surge outra oportunidade, no final desta bela oração de louvor e de acção de graças, para se iniciar uma oração de louvor espontâneo.

9 – Consagração: À medida que o Corpo e Sangue são elevados, durante a consagração, as pessoas podem ser incentivados a fazer exclamações espontâneas de adoração, louvor e ação de graças. A aclamação pode ser um momento alegre de louvor, e de cântico em línguas no Espírito.

10 – Rito da Comunhão: O ‘Pai Nosso’, ‘Senhor, eu não sou digno “, e a própria oração do sacerdote  “… me sirva de protecção e remédio para a alma e para o corpo” podem ser tempos de busca de cura. Deve haver uma expectativa de que podemos ser curados através destas orações. O “Pai Nosso” também pode ser um grande momento para nos abandonarmos à vontade do Pai. As pessoas podem ser convidados a fazer algum sinal de abandono, como ficarem com as mãos abertas.

11 – Pós-Comunhão: Este é um tempo para escutar e receber, e faz parte disto, incentivar  palavras de profecia e dizê-las alto. Pode ser uma palavra de conhecimento de que o Senhor está a processar uma cura de um modo particular em alguém presente, ou simplesmente uma palavra de que o Senhor sabe duma situação da vida de uma pessoa em particular e está atuando nela. Deve ser permitido tempo amplamente suficiente para o Senhor falar e actuar deste modo.

Por fim, permitir tempo: Uma reunião de oração carismática normal, dura de 90 minutos a duas horas. Se há um sentido da presença do Senhor, e uma esperança de que Ele está vivo na palavra e no ministério do Seu povo, uma Missa certamente poderia ter um período de tempo similar. Dê tempo e não apresse a liturgia. Ele deve ser um momento descontraído de louvor, adoração, celebração e de permitir que Jesus se manifeste ao Seu povo.

Pelo Bispo Joe Grech

In  http://www.ccr.org.au