Em Pentecostes, os apóstolos e discípulos “ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem”, deixando 5.000 judeus “atónitos, pois os ouviam anunciar nas suas línguas as maravilhas de Deus”..(Act 2, 1-13).

Na casa do centurião Cornélio“estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Santa Palavra. E os fiéis que tinham vindo com Pedro admiravam-se, vendo que o Espírito era derramado sobre os pagãos, pois eles ouviam-nos falar em outras línguas e glorificar a Deus…”(Act 10, 44-46). Maria, mãe do Senhor, cheia do Espírito Santo quando da visita a sua prima Isabel, cantou o louvor admirável (o Magnificat)… “A minha alma glorifica o Senhor…”

 

O mesmo fenómeno de explosão de louvor ocorre nos nossos dias quando o Espírito Santo se manifesta, os corações inflamam-se e somos impelidos ao louvor e glorificação de Deus. Louvar é aplaudir. É felicitar. É dizer bem de alguém. É engrandecer e exaltar. Louvar a Deus – Pai, Filho, Espírito Santo – é aplaudir, elogiar, mostrarmo-nos gratos, é uma manifestação do coração admirado, transbordando das nossas bocas esta admiração por algum motivo verdadeiro, claro, evidente, consciente.

A oração de louvor é tão antiga quanto a criação do próprio sentido da vida do homem. Deus criou-o para fazê-lo participante da Sua vida, do Seu amor e da Sua felicidade. O homem criado, sentindo-se totalmente feliz, dá a Deus uma manifestação e resposta de adoração e louvor. O louvor jorra naturalmente do seu coração.

O louvor é litúrgico. A liturgia da Igreja tem como um dos seus grandes objectivos levar o povo ao louvor de Deus. A Eucaristia é o maior gesto de louvor que já foi dado, por Jesus, a Seu e nosso Pai, em nome de todos os que crêem n’Ele. Na Santa missa o Glória é o grande hino que marca o momento de louvor do povo reunido.

O louvor é oração libertadora, geradora de alegria, optimismo e do amor de Deus. Muito mais do que outras formas de oração, o louvor pode e deve ser realizado através do empenho, da participação de todo o nosso ser: espírito, inteligência, vontade, imaginação, emoções, posições do corpo, gestos, sorriso, voz, instrumentos musicais, etc.

O louvor é fundamentado numa aceitação total e alegre do que nos está a acontecer, como sendo parte da terna e perfeita vontade de Deus para nós. Louvamos não pelo que esperamos que aconteça em nós ou ao nosso redor, mas pelo que Ele é, e pelo lugar e situação em que nos achamos agora, neste momento! Louvar a Deus é alegrar-se n’Ele. “Põe no Senhor as tuas delícias e Ele te concederá os desejos do teu coração” (Sl 37.4)

Nos grupos carismáticos, onde o Espírito move e dirige, e a pessoas se deixam inspirar e mover, o louvor é algo maravilhoso! Surge natural, espontâneo, carregado de amor, envolvente. Leva os homens ao coração de Deus e traz Deus ao coração dos homens. Gera um clima onde a caridade passa a ser respirada por todos, produzindo frutos espirituais de toda a espécie.

Clara e José Maria Sá da Bandeira
Grupo Pneumavita, Lisboa